A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão do rapper Oruam, indiciado por associação ao tráfico de drogas após um episódio envolvendo a fuga de um foragido da Justiça, no Complexo do Alemão. A repercussão do caso ganhou novos contornos nesta terça-feira (22), quando o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, fez duras declarações contra o artista.

"Oruam nunca foi artista periférico, e sim um grande bandido da pior espécie, marginal, traficante, faccionado, associado ao Comando Vermelho", disse Curi em vídeo divulgado nas redes sociais da corporação. Segundo a Polícia Civil, o rapper teria interferido em uma ação policial para impedir a prisão de um adolescente procurado por roubo, que estaria escondido em sua casa.

Desafio à polícia e ameaças

Logo após a repercussão da decisão judicial, Oruam publicou vídeos em suas redes sociais, desafiando abertamente as autoridades:

"Quero ver me pegar aqui na Penha. Vocês querem que eu vire bandido, que eu me revolte, né? Vem me pegar aqui agora, entra aqui pra tu ver", declarou.

O artista, que é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho, também teria ameaçado diretamente o delegado Moyses Santana, segundo relatado pelos agentes.

Reincidência e envolvimento com facção, segundo a polícia

Esta não é a primeira vez que Oruam se envolve em situações de confronto com a polícia. De acordo com Felipe Curi, em fevereiro deste ano, o cantor já havia sido flagrado abrigando em sua residência um suspeito com mandado de prisão por organização criminosa, portando uma arma de uso restrito com numeração raspada.

Na ocorrência mais recente, ele foi flagrado ao lado de um menor considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado. A tentativa de abordagem da polícia foi frustrada por Oruam e seus aliados, que teriam xingado os policiais e atirado pedras na viatura, o que permitiu a fuga do adolescente.

Origem e influência familiar

Oruam ganhou visibilidade nas redes sociais e no cenário do rap nacional nos últimos anos. Entretanto, sua ligação com o crime organizado tem sido alvo de investigações constantes. A Polícia Civil afirma que seu pai, Marcinho VP, mesmo preso em um presídio federal de segurança máxima, segue comandando ações da facção à distância.

Posição das autoridades

Diante da gravidade dos fatos, o secretário Felipe Curi reforçou que não se trata de perseguição contra um artista, mas da constatação de vínculos diretos com o crime organizado.

"Está mais do que provado que esse elemento está envolvido com o tráfico, que age a serviço da facção e coloca em risco a segurança pública ao esconder criminosos em sua casa", afirmou Curi.

O caso segue sob investigação, e Oruam deve ser considerado foragido da Justiça, já que, até o momento, não se entregou nem foi localizado pela polícia.