Prefeito de Fazenda Rio Grande e auditor do TCE são presos em operação do MP por suspeita de fraude e lavagem de dinheiro
Marco Marcondes (PSD) está entre cinco detidos nesta quinta-feira (9); investigação aponta organização criminosa e superfaturamento de contratos da Saúde, com prejuízo estimado em mais de R$ 10 milhões
Uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) na manhã desta quinta-feira (9) prendeu o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes (PSD), um auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), o secretário municipal da Fazenda, que também vinha comandando a pasta da Saúde, além de dois empresários.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Paraná, em razão da prerrogativa de foro do prefeito. Durante a ação, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.
Segundo o MP-PR, os alvos são suspeitos de envolvimento em um esquema de superfaturamento de contratos na área da Saúde, que pode ter se estendido a outras prefeituras da Região Metropolitana de Curitiba. Os crimes investigados incluem organização criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. O prejuízo aos cofres públicos, segundo as apurações iniciais, ultrapassa R$ 10 milhões.
Marco Antônio Marcondes Silva, de 36 anos, foi eleito prefeito de Fazenda Rio Grande nas eleições de 2024, pelo PSD, com cerca de 79,85 % dos votos válidos. Antes disso, exerceu mandatos como vereador e assumiu interinamente a prefeitura em 2022, após a cassação do então prefeito.
O nome de Marcondes já apareceu em outros processos judiciais no estado, relacionados à administração municipal, segundo registros públicos.
Poucas informações foram divulgadas sobre os demais presos, incluindo a identidade do auditor do TCE-PR e dos empresários. O secretário municipal da Fazenda vinha acumulando a função na pasta da Saúde, área em que se concentram os contratos sob suspeita.
Os mandados de busca e apreensão têm o objetivo de recolher documentos, computadores, celulares e mídias que possam comprovar a atuação da suposta organização criminosa.
De acordo com fontes ligadas à investigação, há indícios de que o esquema de fraudes não se limitava a Fazenda Rio Grande. Contratos e empresas suspeitas teriam sido utilizados para firmar acordos com outras prefeituras, ampliando o alcance da organização criminosa.
As investigações seguem em sigilo para não comprometer as diligências em andamento.
A prisão de um prefeito em exercício e de um auditor do Tribunal de Contas provoca forte repercussão política na região metropolitana de Curitiba. O caso coloca em xeque mecanismos de controle interno e externo da administração pública e pode gerar desdobramentos judiciais e políticos significativos.
Até o fechamento desta reportagem, a defesa dos investigados ainda não havia se manifestado.
Matéria: Marcopolo Pais




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