Moradores de Campo Largo enfrentam, desde a última terça-feira (16), uma série de oscilações no fornecimento de energia elétrica que têm causado transtornos em diversos bairros do município. Segundo relatos encaminhados à nossa equipe, a luz cai e retorna em intervalos curtos ao longo do dia, situação que afeta residências, estabelecimentos comerciais e serviços essenciais.

Além do incômodo provocado pelas interrupções constantes, já há registros de prejuízos materiais. Comerciantes relatam a queima de equipamentos, como computadores, geladeiras, freezers e sistemas eletrônicos, o que impacta diretamente o funcionamento dos negócios e gera perdas financeiras. Em residências, eletrodomésticos também teriam sido danificados em razão das quedas abruptas e da instabilidade na rede.

Diante das reclamações, nossa equipe entrou em contato com a Companhia Campolarguense de Energia (COCEL). A atendente Valéria informou que, somente na data de ontem, foram registradas nove interrupções no fornecimento de energia. Segundo ela, as ocorrências estariam relacionadas a problemas na unidade de subestação da Companhia Paranaense de Energia (COPEL), estrutura que é utilizada de forma compartilhada pela COCEL para abastecer Campo Largo. De acordo com o relato, as quedas na subestação da COPEL estariam provocando as interrupções percebidas pelos consumidores da COCEL.

Na sequência, nossa reportagem também procurou a COPEL. Em resposta inicial, a concessionária informou desconhecer a origem do problema relatado e afirmou que irá verificar a situação junto à COCEL para apurar o que estaria causando as oscilações registradas no município.

Enquanto as concessionárias apuram responsabilidades, a população segue enfrentando os efeitos diretos da instabilidade no fornecimento. Em um cenário ainda mais preocupante, há relatos de moradores que dependem de equipamentos médicos elétricos, como respiradores, para a manutenção da vida. Nessas situações, as quedas de energia representam um risco grave à saúde e à segurança dessas pessoas, aumentando a apreensão de familiares e cuidadores.

Especialistas alertam que oscilações frequentes de energia, além de danificar aparelhos, podem configurar falha na prestação do serviço essencial, o que garante ao consumidor o direito de buscar ressarcimento pelos prejuízos causados, desde que devidamente comprovados. O Código de Defesa do Consumidor prevê a responsabilidade das concessionárias pelos danos decorrentes de falhas no fornecimento.

Diante do chamado “jogo de empurra” entre as empresas responsáveis pela distribuição e transmissão de energia, quem acaba penalizado é o consumidor final, que paga a conta, sofre os transtornos e arca com os prejuízos. Moradores cobram uma resposta rápida, a normalização do serviço e maior transparência sobre a origem do problema, além de medidas preventivas para evitar novas ocorrências.

A reportagem seguirá acompanhando o caso e aguarda um posicionamento oficial das concessionárias com esclarecimentos técnicos e prazos para a solução definitiva do problema.

Matéria: Marcopolo Pais